segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

Saudades de outros tempos

Sim, os valores mudaram desde o tempo de nossos pais. A facilidade da comunicação, o acesso às novas tecnologias é diretamente proporcional aos relacionamentos descaratáveis e o individualismo. Cada dia, mais pessoas aprendem a lidar com a internet, falar com os que estão do outro lado do mundo, e ao mesmo tempo desaprendem a relacionar-se com os seres humanos, que estão ali, ao seu lado.
Tudo tem que ser muito rápido, assim como a internet banda larga. Assim como as coisas começam, elas acabam. As amizades e valores não têm mais sentido para quase ninguém. O respeito com a vida alheia e a consideração com seu próximo estão com os dias contados.

Ninguém mais acredita em fazer algo pensando no bem alheio, apenas em si mesmo. Os resultados precisam ser imediatos e outras experiências contam como fracassos, que tornam-se barreiras de relacionamentos.

Por isso que os psicólogos estão cada vez mais ricos, aliás essa é a profissão do futuro: ajudar as pessoas a achar seu próprio caminho, porque elas mesmas já não conseguem. A liberdade ganhou outro significado: egoísmo, que hoje já não tem uma definição, porque não se sabe mais o que pode ser feito ou não. Os valores e a ética também vão de cada um. Todos lutando pelo seu lugar ao sol, nem que tenham que fazer sombra para quem está ao lado.

Um brinde aos novos tempos. À cerveja. Aos psicólogos. E claro, ao egoísmo, que já impera no mundo. Bem que as aulas de inclusão digital poderiam ensinar o que é o amor é tudo ue precisamos. Saudades dos garotos de Liverpool.

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

Tenha mais com o que se preocupar.

Retomando o que foi escrito há um mês neste blog: deixem as pessoas viverem de acordo com suas necessidades e princípios. Me enfureci ao ler uma ''matéria'' do New York Post que tratava sobre a magreza de algumas celebridades. E dai?????

Nada que vá ajudar na crise mundial, as crianças na África ou os conflitos no Oriente Médio. Apenas para encher páginas (de linguiça), que não vão contribuir com nada para o mundo.O que me deixa embasbacada é ver a forma errônea, que é feita a utililização do grande poder atribuído aos veículos para divulgar idéias. Sonhadores passam anos em uma faculdade aprendendo princípios do jornalismo, códigos de ética, e acabam fazendo algo que exponha alguém, com o único intuito de ridicularizar uma personalidade (outro conceito muito complexo).

que entristece é pensar que essa matéria saiu em um jornal de grande importância dos Estados Unidos: New York Post. Houve uma época em que outro jornal, também de grande cirulação, o Washington Post, foi o responsável por veicular a matéria da história conhecida como ''o escândalo de Walter Gate''(trajetória muito bem narrada no filme ''Todos os homens do presidente'', de 1976), que provocou a renúncia do então presidente, Richard Nixon. Mérito de dois jornaslistas (de verdade), que apostaram em uma arriscada missão, apenas em nome de seu trabalho: esclarecer a população.

Esse comprometimento do jornalista com a sociedade anda cada vez mais escasso. Houve um pacto entre os dois lados que combina acomodação e mediocridade. É uma pena para quem ficou, no mínimo quatro anos em uma faculdade, e pior ainda: às pessoas que precisam tanto ser informadas sobre o que se passa no local onde moram, no país, no mundo. Que precisam sentir-se responsável por haver exploração sexual, trabalho escravo e pessoas vivendo m condições subumanas no planeta, muitas vezes em lugares perto de suas casas. Responsáveis por não votarem na pessoa certa, não cobrarem de seus representantes atitudes cabíveis, e o principal: por trocarem sua capacidade de indignação por alguns minutos de novela, sensacionalismo e notícias fúteis sobre a magreza do braço de uma celebridade. Tudo isso enquanto do outro lado do mundo existem pessoas magras por não terem comida, que lutam diariamente para sobreviverem e tem como grande sonho de sua vida poder dar ao menos uma refeição diária aos seu filhos. Isso a televisão, o jornal ou os sites não dão muito destaque. Porque o povo gosta mesmo de alienação, de preferência que o mantenha cada vez mais ignorante.

Sorry, os mais rechonchudos, mas pra mim isso é pura inveja. Grande coisa ser magro. Ou a pessoa tem coisas melhores a fazer na vida que apenas comer, ou esforça-se para manter o corpo esbelto, ou simplesmente é magro de ruim (isso é o que mais causa inveja). Se isso faz bem ou mal para ela, não cabe a ninguém dar pitacos. Por isso, na próxima vez que for julgar que o braço de Fulano está fino, ou as costelas visíveis de Beltrano, pense onde o seu calo, a calça, ou a consciência aperta.