terça-feira, 25 de novembro de 2008

Têm coisas que o dinheiro não compra...

''Nunca passarei por cima dos meus princípios''. Pensei isso a minha vida toda, e ainda penso. Adoro a frase do mastercard: ''existem coisas que o dinheiro não compra'', a felicidade é uma delas, pelo menos a felicidade interna, aquela que nos faz sentir leves. Talvez muitos mendigos, que hoje nos pedem uma esmolinha na rua, levaram isso ao pé da letra.

Todo mundo quer ter grana e satisfação pessoal, claro que ninguém faz todo o tempo o que gosta, mas também não dá pra fazer todo o tempo o que odiamos. Não podemos calar nossa mente e aquietar o coração, apenas para levar uma meia vida que pague as contas e nos transforme em robôs humanos, que precisam encher a cara a todo final de dia para encontrar uma pequena satisfação na vida. Não seria justo com nós mesmos.

Penso que todo mundo gosta de fazer algo na vida, então porque não se pode ganhar dinheiro adorando o que se faz? Aí não entro no mérito de trabalhar pouco ou muito, de ter vida pessoal ou não, mas simplesmente gostar do que se faz. Nisso também é questionável as necessidades de cada um. Muita gente fica feliz por ter uma graninha no final do mês para pagar as contas e comprar o necessário, já outras quanto mais trabalham, mais querem trabalhar, nem que isso signifique abdicar a vida pessoal, incluindo amigos, maridos, filhos e velhice.

Esses dias, andando pela rua reparei em um mendigo que fumava, deitado na calçada. Aquela cena me chamou a atenção. E por incrível que pareça, não foi pelo fato de uma pessoa maltrapilha estar deitada no lugar que muitos passam e têm o cuidado de tirar o sapato ao chegar em casa, por acharem nojento, mas oq ue me fascinou foi a simplicidade daquele ser humano em ser feliz. Aquele mendigo, com uma cara de satisfação, fumando um cigarro barato, no meio da imundície, em pleno sol a pino de um dia normal, aproveitava como se fosse um magnata fumando um charuto cubano, em alguma ilha grega.

Talvez o problema de todo mundo seja a acomodação, o oposto da ambição desenfreada. Tudo precisa ter limites, claro. Cada um sabe o que deve fazer para ser feliz, até porque cada um possui suas necessidades e anseios pessoais e ninguém tem o direito de questionar os sonhos dos outros.

Conhecendo muitas gente, o que posso garantir hoje em dia, com toda a certeza, é que dinheiro não traz felicidade. Com certeza é melhor ser um triste rico que um triste pobre, apenas pelo fato de poder mascarar as agruras da vida, o inegável é que ''todo mundo é parecido quando sente dor'', o que muda é a atitude para camuflar as lágrimas.

Já tive aversão a casamento, pavor de criancas, talvez por medo de fracassar como pessoa, e a pior coisa na vida não é fracassar no trabalho, no estudo, nos objetivos. A pior coisa é fracassar como ser humano, Principalmente quando uma família, uma vida, de um ser pequeninho, que sai de dentro da gente, depende do que vamos passar de valores.Descobri que minha intolerância infantil era o fato de não suportar fracassar como mãe.
Influenciamos tudo a nossa volta, por isso o primeiro cuidado a tomar é seguirmos os nossos princípios, aquilo no que acreditamos, o que nosso coração julga certo e justo. Baseada nisso sempre defendi a teoria de que tudo é válido quando julgamos ser o certo, e que isso não prejudicará ninguém, afinal a gente até pode se sabotar às vezes, mas lá no fundinho sabemos o que realmente se passa.

Devemos a nós mesmos a luta por buscar o que aquela voz grita dentro de nós, que nos pede para fazermos. Aliás, as duas vozes que sempre escutamos: a emoção e a razão, podem se completar, mas muitas vezes será difícil explicar para o coração porque a razão resolver fugir da tentativa de tornar-se uma pessoa melhor.

Realmente, eu já pensei que ser feliz era ter alguém ao meu lado, que era ser uma pessoa forte, já pensei que ser feliz significava conseguir tudo que se quisesse, já pensei que ser feliz era segurar as lágrimas. Mas o pior que já pensei, e isso foi me dito por uma irmã, que não é de sangue, mas de alma, era que eu não podia deixar minha felicidade depender dos outros. Não poderia colocar todas as minhas expectativas em cima de alguém, não depende de outra pessoa o meu sorriso, apenas de mim. Ninguém pode carregar a pesada responsabilidade de ser motivo de minha felicidade, por isso me decepcionava tanto com as pessoas.

Eu já quis ser rica, já quis ser famosa, já quis ser importante para alguém, já quis que alguém dependesse de mim, já quis ser motivo de orgulho para meus pais. Foi quando me dei conta que se não fosse alguém para mim mesma, antes de tudo e todos, seria eternamente insatisfeita com o que me tornei. Hoje em dia eu só penso em ser feliz, e realmente não sei o que se faz para conseguir isso, mas enquanto eu seguir o que meu coração pede, dormirei tranquila.