Nunca estamos preparados para as noíticas boas, quem dirá para as ruins. Mas as péssimas realmente nos pegam de total surpresa e não temos nem como, nem para onde fugir. Assim aconteceu comigo, em uma segunda feira, quando fiquei sabendo de um desastre que me deixou chocada: a morte de alguém que já foi muito especial em minha vida.
Sem saídas, sem rodeios: ele estava morto. Aquele ''meu gurizinho'', como eu costumava chamá-lo devido a diferença de idade no pouco tempo, mas muito bom, que passamos juntos. Obviamente começou no verão, e lá terminou também, mas com certeza foi um que ficará marcado em minha lembrança.
Nunca vi uma cara feia naquele rosto, sempre feliz, alegre, atencioso e pronto pra fazer qualquer coisa. Realmente ele era a vida viva. O contrário de qualquer forma do que aconteceu com ele na madrugada de sábado para domingo. Quando eu páro e penso vem logo um ''não pode ser verdade'', ''daqui a pouco alguém avisa que não tem nada a ver, foi um mal entendido''. E o pior é que os dias estão passando, e não avisaram ninguém, nem quem publicou a nota de falecimento, que a brincadeira não era pra ir tão longe.
De concreto não sei nada. Apenas que foi um acidente de carro, as condições que estava ou quem estava são irrelevantes. Agora está feito, levaram a vida vida, o sorriso e a alegria de viver do gurizinho. Ele era tão marcante, que apesar de fazer uns cinco anos que não nós falávamos, posso sentir agora mais ainda a sua ausência. Que triste.
Desejo de todo o coração que Deus dê muita força e fé para esta família, que apesar de ser muito unida, sofreu uma perda muito grande. Com certeza nunca vão superar de fato, mas conseguirão sobreviver após um tempo com a presença da triste ausência. Quantas piadas ele deixou? Quantos sorrisos? Ah, eu adorava aquele sorriso: abria e nunca mais parava de mostrar a felicidade. O sorriso era a descrição dele: simples, alegre e feliz.Agora a vida de muita gente ficou mais sem graça. Porque uma vida viva se foi.
Por isso peço a todos que reflitam um pouco antes de tomarem qualquer atitude que vá definir algo sem volta. Porque sem dúvida, ainda somos a raposinha do pequeno príncipe, e por sermos responsáveis pelo que cativamos devemos nos cuidar também. Cada um de nós tem sua parte e importância no mundo. Então nunca pensem que ''isso não vai acontecer comigo'', ''é só hoje'', '' eu cuido''. Porque se acontecer muita gente será atingida, e algumas pessoas de maneiras irreversíveis.
Peço desculpas pela total clichezisse do meu texto hoje, mas precisava desabafar minha tristeza, perplexidade e indignação. Realmente, meus amigos, a vida não deveria morrer. E Mathias, garoto, tu muito menos.
Texto dedicado a Mathias Nedel, 21 anos, morto na madrugada de sábado pra domingo, em um estúpido acidente de carro.