quarta-feira, 15 de julho de 2009

Coragem, lutas e conquistas


Ontem a França estava em festa. Quer dizer, isso significa tumulto, pancadaria e protestos... O motivo? A ''comemoração'' da queda da bastilha, acontecida em 1978, quando cerca de 95% da população rebelou-se contra o ''restante, que tinha privilégios como cargos públicos e liberação de impostos (semelhanças com algo??). Claro que, como em toda revolução que se preze a francesa teve ideías e mentores por trás: a burguesia, esclarecida e com acesso à todas as formas de cultura liderou o movimento. E há quem diga que o estopim desse movimento tenha sido o aumento do preço do pão. É isso mesmo, o pão francês subiu e os caras não toleraram. Tmbém term a teoria que coloca a ''culpa'' da "fête de la Fédération"(A Festa da Federação) em cima de um jornalista (pra variar), Camille Desmoulins, que teria saído pela cidade divulgando que as tropas reais iam repreender violentamente a população, espalhando sangue por Paris, e isso foi o suficiente para instaurar o caos entre a população, que armou-se e foi até a bastilha (em busca de pólvora,dizem alguns),a prisão onde encontravam-se muitos daqueles que ''não concordavam'' com o absolutismo e conseguiam seguidores. Lá os guardas, dispararam contra a população o que resultou em muitas mortes, incluindo a do marquês de Launay, governador da Bastilha, que acabou tendo sua cabeça enfiada na ponta de uma lança. Os presos foram soltos, a bastilha incendiada e colocada abaixo, e o acontecimento representou um ato de liberdade do povo no mundo todo.
E se essa barbárie, que foi um marco para os franceses, principalmente no que diz respeito à cultura e consciência política, que ganhou novos horizontes devido às idéias iluministas, não tivesse existido? O que os franceses seriam hoje? Eles podem se dar ao direito da arrogância? Podem, porque mostraram que não se acomodam com idéias que vêm goela a abaixo e que são eles que mandam no país, pois somente com o dinheiro dos impostos, existe verba para as necessidades da população e o pagamento dos governantes.
Se nada fosse feito? Talvez os miseráveis ainda seriam quase toda a população, o povo não teria tanta cultura como hoje, haveria muita corrupção, e algum líder lunático estaria mandando dar brioches para acabar com a fome do povo. Trocando os brichoes por tapiocas, recordo de uma situação semelhante, e nos dias atuais.

quinta-feira, 9 de julho de 2009

Incentivo à mediocridade: a gente vê por aqui

Demorei para digerir o assunto, mas agora me manifesto: a polêmica decisão do STF em acabar com o diploma para o exercício do jornalismo. Reconheço que talento não precisa de faculdade, mas a gente nunca deixa de aprender, e, aprimorar-se é preciso. É preciso assistir aulas, saber a teoria da prática, ouvir conselhos de pessoas que estão no mercado há tempos e fazer contatos. Isso é faculdade.
Muito jornalista de sucesso não tem diploma, ok. Mas ele fez por merecer, aprendeu, mostrou que era capaz de ser um jornalista por merecimento, e sendo uma exceção à regra, juntou-se ao grupo. Outra coisa é chutar o balde, colocar o aprendizado acadêmico na vala comum, como de qualquer outra profissão que não exija conhecimentos específicos. Isso é desrespeitar a classe. Desrespeitar a profissão, e acima de tudo, incentivar o culto à ignorância.
Crescemos ouvindo que só seremos alguém se estudarmos. Fizemos vestibular, ralamos na faculdade, pagamos cadeiras que são caça- níqueis (e algumas são mesmo), mas são quatro anos de preparo, de aprendizado, de estágio. Isso que queremos: reconhecimento por termos lutado por uma profissão.
Quando escolhi o jornalismo eu queria mudar o mundo, mas agora o que acontece é cada vez mais a comercialização de matérias, o jornalismo virou publicidade. Se antes algumas matérias eram ''veladamente'' vendidas, agora está escancarado: todo mundo pode vender notícia. Um exemplo das consequências da decisão é de um colega meu, que mandou uma matéria para um veículo, e teve como resposta mais ou menos essas palavras: a obrigatoriedade do diploma caiu, o jornalista responsável foi demitido e agora só fazemos matérias com contrato comercial. Durma com um barulho desses. Se diploma não é mais obrigatório, quero meu dinheiro de volta e os anos que investi nessa profissão, incluindo os quatro anos que frequentei a faculdade. Se antes uma ovelha conseguia pular a cerca, agora qualquer uma passa, porque a porteira está aberta.
O bom e velho jornalismo morreu, e meus sonhos de ajudar o mundo com uma profissão tão poética morrem um pouquinho a cada dia. Obrigada STJ, obrigada Gilmar Mendes, obrigada a este país que cada vez mais cultua a falta de cultura e estudos. Realmente, cada povo tem o governo que merece. E aos jornalistas acomodados com a decisão, só resta a constatação de que eles realmente não merecem algo que não valorizam. Para esses um conselho: virem presidentes e ajudem a piorar o país.