terça-feira, 23 de setembro de 2008

A maldade (??) da verdade


- Gosta mais da mamãe ou do papai ?
-Do papai! Mamãe é muito chata!!
-Não pode falar isso,menina!!Tem que gostar dos dois!!
Pergunta pra que, então, porra???!!! Criança é assim. Fala o que pensa, doa quem doer. E pior: faz isso olhando dentro dos olhos da pessoa. Eles conseguem isso, e não ficam nem vermelhos. Apesar de todas as ''demonices'', vale a pena passar algum tempo com eles. Eles são malvados, e como! Conseguem dizer as piores verdades com um sorrisinho nos lábios. Isso é o mais mágico de ser criança. Sem arrependimentos, nem consciência pesada. Falam o que querem, pensam e sentem. Nem que isso signifique magoar profundamente os sentimentos de alguém.
Minha ex- chefe, uma pessoa que sempre ficará no meu arquivo da memória (na seção das lembranças boas), já dizia: ''criança é má. Essa história deles serem puros e bons é besteira. Todo mundo nasce predisposto à maldade''. Concordei plenamente com a moça, como eu costumava chamá-la.
Os pequenos excluem, logo de início, quem não vão com a cara e debocham do que acham engraçado. Por serem espontâneas, as crianças são más. Ou será que, por serem más, as crianças são espontâneas? Ainda não me acostumei, mesmo vivendo 25 anos nesse mundo louco, com a atitude de fingir. Vamos combinar que fingir é uma merda. Fingir que está feliz .Fingir que não está triste. Fingir que gostou de um presente que nunca ser usado (nao por nos ao menos). Fingir que não gosta de alguém. Fingir que sente saudades. Fingir que não sente saudades. Fingir que já esqueceu. Fingir que não lembrou. Fingir que está bem. Fingir que não passou vergonha. Fingir que não doeu. Fingir que achou bonito. Fingir que não é engracado. Fingir que gosta. Fingir que não gosta. Fingir que respeita. Fingir que obedece. Fingir que manda. Fingir um orgasmo. Fingir uma lágrima. Fingir um abraço. Fingir uma opinião. Fingir uma verdade. Fingir uma mentira. Fingir que achou feio. Fingir que nao se importa. Fingir que tem pressa. Fingir que tem calma. Fingir quando ri. Fingir quando chora. Fingir quando ama. Fingir quando odeia. Fingir uma felicidade. Fingir uma tristeza. Fingir, sim, que é uma baita maldade. E o pior, é uma maldade contra si mesmo, seria um ''eu me saboto'', já diria um certo alguém... (Viu, isso é se sabotar: mostrar o contrário do que realmente se sente!)
Agora me digam: porque pessoas boas só têm que falar coisas que não magoam???? Claro que muitas crianças dizem algo ruim pelo simples prazer de fazer uma maldadezinha, nem que seja infantil. Afinal o que é uma maldade mesmo? Falar as coisas que pensamos ou as que vão magoar alguém? Não seria muito pior um ato que vá, de fato prejudicar alguém? E cá ente nós, falar a verdade, ou o que estamos com vontade, nos faz tanto bem que não pode ser considerado uma maldade,né? Pelo menos pra quem fala. E viva as crianças! Afinal, elas não fazem por mal...

quinta-feira, 18 de setembro de 2008

Para ilustrar o espírito de solidariedade dos animais


Palavras são desnecessárias...

(In) Consciência Ecológica


O ser humano é a raça mais triste que pode existir. Sim, já mencionei isso inúmeras vezes, e não me esqueço que faço parte da infeliz categoria, mas cada vez tenho mais certeza dessa afirmação. Enquanto, no reino animal, muitas mamães arriscam suas vidas para salvar seus filhotinhos, no mundo humano algumas matam seus rebentos. Motivo? Ás vezes apenas porque estão com vontade. Isso sem contar a falta de atitude, em fazer algo pelas futuras gerações. Por isso sempre me preocupei mais com os bichinhos na rua, que com as pessoas. Eles não têm como defender-se, e pensar que algumas pessoas usam isso a seu favor, me deixa doente.
Sinceramente, as pessoas só vão aprender que o planeta está acabando, e que cada um deve fazer a sua parte, quando estiverem morrendo afogadas, queimadas, ou não houver mais ar. Se bem que a possibilidade do afogamento é a mais provável: o aquecimento global causando o derretimento das geleiras, inundando tudo que houver pela frente.
Dia desses, assisti a uma reportagem sobre as mudanças climáticas, causadas pela destruição do planeta (sim, fui apocalíptica), e conseqüentemente, sobre o frio na Antártida, que não é mais tão rigoroso como antes. Alguns animais já estão sofrendo com essa mudança de clima, causada pelo bicho- homem. E nem entrarei em detalhes sobre a poluição de rios e mares, desmatamentos, animais que correm sérios riscos de extinção; enfim, tragédias; que ninguém gosta de saber, mas também não faz a mínima questão de mudar. Como se o fato de não saber, fizesse com que não existisse.

Todos nós somos responsáveis por acabar com o mundo. Quando alguém joga algo no chão, deve deixar junto um bilhetinho para seus netos, porque é isso que está fazendo: deixando sua herança. De alguma forma estamos inseridos em algum grupo: os que ajudam na destruição, colocando a mão na massa mesmo (normalmente, são os que lucram com isso); os que ajudam a acabar com a terra, apenas não fazendo nada (porque acham que não deve envolver- se: ''eles que sujaram, eles que limpem"); e os que fazem algo, nem que seja dentro da sua casa ou na vizinhança. Há os mais lutadores, que estão engajado em grandes causas, como vestir uma camisa mesmo e tentar mudar algo, e aqui não refiro-me ao Greenpeace, não que a tentativa não seja válida, mas uma multidão fazendo barulho, às vezes vale menos que dois ou três arregaçando as mangas para valer.


Como foi o caso de Paul Watson, ativista do Greenpeace, que saiu justamente para fazer algo concreto, fundando a Sea Shepherd Conservation Society. Sim, os loucos, que saem por aí limpando pinguins sujos de óleo e afundando baleeiros clandestinos. Tive a feliz oportunidade de namorar um desses sonhadores, um dos caras com o maior coração, que já conheci.
Não há mais nada a dizer, ensinar, conscientizar. As pessoas ficaram burras. Burras e preguiçosas. Pouco importa o mundo que estão deixando aos filhos, netos, gatos, cachorros...Ninguém mais faz nada. Ao contrário: tocam papel no chão, porque mais um não faz diferença; mais um toco de cigarro na grama, alguém deverá limpar; mais um lixo no rio, ''vai desmanchar mesmo''; ficam mais alguns minutos no banho, pra relaxar; mais algum tempo com a torneira ligada, culpa da distração; ligam mais luzes em casa, para deixar suas vidas menos sombrias; mais um aparelho, para não sentirem-se tão sós; colocam seus casacos de peles, para ficarem bonitas, bonitas com o sofrimento alheio. Enfim, vivem no seu mundinho, achando que o final dele só acontecerá nos filmes de ficção.
Após olhar a reportagem, pensei muitas coisas sobre o ser humano e achei uma palavra que o define muito bem: egoísmo. É isso, a maioria das pessoas é egoísta, só pensa em sí, no que sente, no que precisa, no que quer. Não liga a mínima para os outros, só no que os outros podem fazer por elas. Assim pensei quando vi uma senhora, lavando a calçada com uma mangueira. Eu ia brigar, ia perguntar se ela sabe que estamos à beira do fim. Ia, mas me omiti, logo eu. Fiquei tão brava, que fiquei quieta.'' Não vai adiantar mesmo'', refleti. Se tivesse pensando na teoria das formiguinhas, teria dito algo. Sim, fiz parte, momentaneamente, dos burros egoístas, mas isso não acontecerá de novo. E vocês, fazem parte de qual grupo?


Sites para consultar:



terça-feira, 16 de setembro de 2008

Aos idiotas habituais


Andava pela rua, ontem, com meu mp3, ouvindo minhas musiquinhas, quando percebi olhares estranhos, dignos de nojo. Homens que ficam olhando, como cachorros que olham os franguinhos girando, esperando as polentas ficarem prontas. Isso me irrita, e muito. Não por me olharem, mas, por acharem que têm todo direito de ficarem olhando uma mulher de cima abaixo, sem demonstrar o mínimo de respeito. Nem comentarei sobre as cantadas de baixo nível, que as mulheres são obrigadas a ouvir, enquanto seguem seu caminho, pela calçada. Pergunto-me se algum dia alguma parou, agradeçou deu um beijo e transou ali mesmo, com uma criatura que fez isso!
Não dou bola, nunca dou bola. Tudo bem, às vezes xingo. Ok, muitas são essas vezes. O fato é que isso irrita muito, em alguns dias mais que o habitual. Aliás, se um conhecido passar e buzinar ou gritar, não terá retribuição. Daí vem minha fama de antipática e ''achada'', não é por mal, entendam, mas tem muito idiota nesse mundo. Idiotas, que dá vontade dar um soco no meio no cara, ou um tiro. Simples assim.
Pior que os idiotas que encontramos na rua, são os que nos deparamos na nossa vida. Normalmente parecem pessoas inofensivas, dóceis, gentis, mas não passam de completos imbecis. Quem nunca conheceu um ''homem'' que se ache o cara, o fodão, como costumam se autodenominar entre espécies do bando (bando de animais, não há melhor definição). São aqueles que precisam exibir-se como o pavão faz, para mostrar poder à fêmea. Alguns são mais tímidos, mas compartilham da mesma teoria. Muitas vezes até escondendo quem é a verdadeira pessoa que está por dentro, para poder acasalar. Sim, termo apropriadíssimo.
O mais engraçado de tudo é que esses homens patéticos (que não são todos, obviamente), vão contar vantagem aos seus amigos primatas: ''Pô, comi aquela''. Na verdade eles não pensam o que realmente aconteceu: na pessoa que fingiu ser, nas mentiras que contou, nos sentimentos que forjou, e o principal: na covardia que teve em simplesmente não dizer na cara que era só aquilo que queria mesmo. Sejam homens, please!
Um conselho, aos que chamam de neuróticas (certas vezes com razão), quem usaram e jogaram fora: as mulheres não ficam chateadas ou tristes com o desinteresse de vocês, todo mundo pode simplesmente deixar de querer, acontece todo o tempo. O que irrita é a falta de coragem em assumir que não estão mais a fim, ou que nunca estiveram. A maneira como descartam alguém: ignorando ou passando com outra na frente, não é legal. Um simples ''não quero mais'', estaria de bom tamanho, e seria mais digno, também. As mulheres agüentariam essa ''perda'', acreditem. A ''coitadinha'' até ia sentir uma certa admiração pela sinceridade!
Sei que idiota existe em todo lugar, ambos os sexos, e volta e meia toparemos com alguns, seja no meio da rua, ou pela vida mesmo. Uma idéia que conforta as mulheres é pensar que um dia muitos desses seres patéticos terão filhas, e que, provavelmente encontrarão caras iguais pelo caminho, para eles de perto como é lamentável ser um estúpido.
Não esqueçam: ao denegrir a imagem ou a moral de uma mulher, utilizando o carinhoso elogio ''vagabunda'', lembrem do ditado popular: "quando dois 'não quer' dois não fazem''', logo, se existe tal fama, algum estúpido está lá para ajudar a construí- la. Vale mencionar que o ''sexo frágil'' pode ser muito, mas muito mal, quando quer. E que os boatos espalham-se rápido... Também não ofendam-se quando ouvirem desaforos, em retribuição à elegante falta de respeito das cantadinhas, na rua: "Que brava!''. Não, eu mereço respeito mesmo!


P.S.: Texto dedicado às mulheres que já tiveram ou ainda terão o desprazer de conhecer um idiota na vida, e para os homens que sabem ser homens.

quarta-feira, 10 de setembro de 2008

Fora da moda de Madonna


Todos sabem da minha admiração pelo fenômeno Madonna Louise Veronica Ciccone (pra mim, sem o "Ritchie"), e não é de hoje, aliás, vem desde criancinha, quando era ''feio'' gostar da garota que dançava ''provocando instintos proibidos''. Sim, resquícios da atrasada mentalidade medieval, conservada pela ardorosa chama hipócrita da igreja católica, que por sinal queimou alguns milhões de almas na época da inquisição, mas isso é assunto para outra oportunidade...(recomendo o filme ''Bruxas de Salem'', o qual retra que os seres humanos podem ser mais diabólicos que o próprio ''demônio'').

De volta ao assunto: Madonna deixou de ser uma cantora, ícone, simbolo sexual, qualquer coisa, e antes de tudo, virou moda. Enquanto muita gente, que não sabe nem metade de suas músicas, conseguiu ingressos para assistir (ou para distribuir) a diva cinqüentona de perto, muitas outras pessoas, que acompanham seu trabalho há anos, viraram noites e não garantiram lugares nem perto da porta de saída do local a ser realizado a superprodução. Com muita persistência, consegui comprar os ingressos para conferir o show da mãe de Lola. Minha luta por lugares custou uma madrugada e duas térmicas de chimarrão, mesmo tentando desde a abertura da compra de ingressos, que durou mais de 24 horas. Não fiquei todo esse tempo na internet, mas revezei com minha amiga, que em Buenos Aires, tentou, sem sucesso ficar na fila (thanks, honey!!!) e com minha querida mãe, que passou praticamente toda a segunda- feira tentando conseguir um lugar para sua filha insana. ( Thanks, mami!! You're the best!!!)


O site da empresa ticketek.com saia todo momento do ar, o telefone direto para vendas estava sempre ocupado e a segunda oportunidade de show estava sendo fechada diante dos meus olhos, sem me dar alternativa alguma. O problema causado pela falta de suporte da empresa contratada prejudicou muita gente, que não tinha tempo para ficar a todo momento tentando.

Apesar de ter conseguido comprar os ingressos, passei por momentos tristes, os quais me senti impotente, até chorei de frustração. E o pior de tudo é pensar como os empresários podem dormir tranqüilos, sabendo que tanta gente tenta, sem sucesso garantir um ingresso. Priorizar os melhores lugares para quem nem conhece a história da cantora e principalmente inventar ''shows-extras'', quando na verdade todas as datas já estão decididas há muito tempo, apenas para fechar acordos com agências e lotar as noites de espetáculos, são atos muito cruéis para quem espera sua visita há 15 anos, e que, provavelmente será a última...

Madonna também deveria estar atenta a isso, porque foi graças a esses muitos fãs, que estão madrugando, na esperança de um lugar no seu show, que ela montou seu império e transformou-se na marca que é, hoje em dia. Os mesmos fãs que compraram suas ''VHS''s, gravavam suas músicas nas fitas ''k-7'' e olharam seus filmes, apesar das lamentáveis atuações, roteiros e direções.


Para os fãs que ainda não conseguiram comprar os ingressos: tentem e tentem, enquanto houver um showzinho. Ainda há um show no Rio, São Paulo (a venda para esses dois acontece apenas por telefone ou no local) e no Chile, que começa essa semana. Insistam e acreditem que vocês vão conseguir!!!!Boa sorte!!!


Quanto a ''material girl'' e sua equipe fica minha decepção, por saber que não houve o mínimo de cuidado na escolha de empresas competentes e sérias, para retribuir o carinho dos fãs. E aos empresários gananciosos, o meu total repúdio a essa forma nojenta e prejudicial de lucro.

sexta-feira, 5 de setembro de 2008

Adoráveis mulheres

Prometi a mim mesma que não iria escrever textos feministas, mas hoje farei uma excessão. Na verdade as mulheres merecem, pois são os seres mais engraçados que existe. Mudam de humor rapidamente, choram com a maior facilidade do mundo, e dão risada com a mesma intensidade. Amam, e daqui a pouco, odeiam e vice-versa. Cuidam de tudo e todos ao seu redor, por mais que não tenham filhos, mas têm o instinto maternal: "leva casaco'', ''não acredito que ele fez isso contigo?!", "não acredito que tu deixou que ele fizesse isso contigo", ''não acredito que tu fez isso contigo!!!". ''Se eu estivesse lá...''

As mulheres podem ser muito más, mas podem ser muito boas, principalmente com as amigas. Falo isso por experiência própria, sempre pensei que eu era a mãezona delas, mas elas me provaram o contrário...Provaram que importam-se muito comigo e que até chegariam ao ponto de passar a vergonha de xingar ou bater em qualquer pessoa que resolvesse me magoar. Antes eu achava que só eu chegaria nesse ponto.
Só nós, mulheres, temos o o prazer de saber como é ser uma mulher, já diria a música da Madonna (''What it feels like for a girl"). Nós que sabemos o que é ter tpm, choraaaaaaamos até secar a alma só por não ter algo que queríamos comer, e como se nada tivesse acontecido levantamos do chão e estamos pronta pra festa. Nós que sabemos o que é abrir o armário, cheio de roupas e mesmo assim não ter nada pra vestir!(e muitas vezes é verdade: ou porque engordamos, ou porque emagrecemos, ou porque simplesmente não aguentamos mais vestir as mesmas roupas!!!) Nós que sabemos a decepção de quando mudamos algo e ninguém nota, ou ainda coloca defeito. Nós que sabemos que uma barra de chocolate, uma cerveja ou uma massagem pode salvar um dia, ou uma vida. Nós que sabemos o quanto vamos nos machucar, mas, mesmo assim, pagamos pra ver. Nós que sabemos a raiva que dá não ser compreendida quando dizemos as coisas subliminarmente, nas entrelinhas, ou até mesmo diretamente. Nós que sabemos o poder que algumas pessoas têm de irritar, ao ponto de nos segurarmos para não avançar no pescoço. Nós que sabemos a tristeza que ficamos quando ferimos alguém, mesmo quando a intenção era justamente essa. Nós que sabemos a frustração que é dizer ''tudo bem'', quando na verdade está tudo péssimo. Nós que sabemos o quanto coisinhas, que podem parecer pequenas ou sem valor, muitas vezes são as maiores alegrias que podíamos ter. Nós que sabemos o peso na consciência quando comemos por tristeza, alegria, ansiedade, tédio, raiva, saudade,nervosismo...
Por fim, nós que sabemos como é bom poder contar com outras loucas como nós!

Meus amigos homens que me perdoem, mas esse texto é dedicado à todas as mulheres, especialmente para minhas amigas: amo vocês e muito obrigada por estarem na minha vida!

Ainda sobre as mulheres...


ORAÇÃO DAS MULHERES:


"Querido Deus,
Até agora o meu dia foi bom:
não fiz fofoca,
não perdi a paciência,
não fui gananciosa, sarcástica, rabugenta, chata e nem irônica.
Controlei minha TPM,
não reclamei,
não praguejei,
não gritei,
nem tive ataques de ciúmes.
Não comi chocolate.
Também não fiz débitos em meu cartão de crédito (nem do meu marido) e nem dei cheques pré-datados.
Mas peço a sua proteção, Senhor, pois estou para levantar da cama a qualquer momento...
Amém! "

quinta-feira, 4 de setembro de 2008

A adaptação da maldade

Quando inventam de fazer um filme baseado em algum livro, procuro ler a obra antes de assistí-lo, o que, na maioria das vezes, acaba me frustrando. Minha última tentativa é ''Ensaio sobre a cegueira'', de José Saramago. A película de Meirelles, baseada na história de Saramago estréia no próximo dia 12, e pelo que andei pesquisando, será mais uma tentativa desastrosa de adaptar o mundo mágico da imaginação, proporcionado pela literatura, para a realidade imutável das telonas. Não que o cinema seja incapaz de um feito desses, mas os roteiristas e diretores têm por regra estragar as histórias impressas.

Tenho certeza que o aclamado trabalho do escritor, roteirista, jornalista e poeta português não terá toda a densidade e emoção que encontramos no livro. Mas antes de afirmar minha opinião, aguardarei até conferir a adaptação, no cinema.

Simplesmente é genial a maneira como ele aborda o lixo da miséria humana, a baixeza subterrânea que o comportamento das pessoas chega é algo inimaginável. Tudo bem que trata-se de ficção, mas incrivelmente todas as situações citadas no livro são perfeitamente possíveis de acontecer no mundo real. Quando o ser ''pensante'' está em alguma situação que lhe ofereça riscos, age como um animal, muitas vezes até pior, porque os animais não possuem a nossa suposta inteligência de raciocinar.

Vou mais além: o ser humano é capaz de oferecer até a mãe para salvar a pele. Aquela que lhe carregou por nove meses, teve dores horríveis do parto, lhe deu a vida, cuidou nos momentos mais importantes, abdicou de coisas para sí com a intenção de priorizar o bem estar de seu filho.

Não poderia deixar Charles Bukowski fora da sabatina da raça humana. Ele não era o mais pessimista dos seres que já passou por aqui, mesmo afirmando que quanto menos via as pessoas, mais gostava delas. Como estava falando para um amigo meu, normalmente as pessoas criativas são as inconformadas com a mediocridade da mesmice e decidem inventar algo novo, nem que isso signifique extrapolar. O bohemio alemão foi muito maltratado pelo pai, talvez esse seja um dos motivos por afirmar que ''a raça humana sempre me causou nojo'', quando tratava do comportamento das pessoas. Sua auto definição pode o descrever melhor: "sou apenas um velho com algumas histórias sujas. Escrevendo um jornal, que como eu, poderá morrer amanhã de manhã". Fato.

Mas piores que os atos, conseguem ser os pensamentos e a imaginação das pessoas. No caso do livro, mostrar as consequências do comportamento egoísta e irracional do homem, limita o nível de maldade que habita em cada um. Por isso asseguro que a imagem, pelo menos dessa vez, não valerá por mil palavras. Sem querer ser pessimista,claro. Mas sou humana.

Mais sobre Bukowski:

http://www.conradeditora.com.br/hotsite/buk/index.htm

http://www.spectroeditora.com.br/autores/bukowski/bukowski.php